segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Estudos sobre o amor (para 80 mulheres e homens)

eu te amo

sim, eu te amo

olha só: eu te amo

ei, ei , ei! eu te amo

eu te amo, pois não?

eu te amo sim, meu bem.

eu te amooooo

quem disse que eu não te amo?

Alô, eu te amo

eu te amo muito

eu também te amo

agora eu te amo

depois eu te amo

eu te amo, meu amor

dói, mas eu te amo

mim te ama

eu te amo tanto

eu te amo quase nada

infelizmente eu te amo

bom dia, eu te amo

eu te amo

eu te ___

te amo eu

eu te love

eu te amo, tchê

eu não te odeio

eu somente te amo

além das outras, eu te amo

sonho com você

je t’aime

euteamo

êu tê âmô

ctrl+C, ctrl+V

Queria assistir Cinema Paradiso com você

Te doaria meu outro rim

Abra os braços, Rose

e-e-e-eu... teee... â...â...â...amo!

eu te amo?

eu te amo!!!

eu te amarei

mais e mais eu te amo

no princípio era o verbo, e o verbo era “eu te amo”

se eu não te amasse...

eu continuo te amando

Meu coração é seu

Deus pensou em você, quando fez a praia de Maria Farinha

Você é a minha nova dieta

eu te amo você

Estou fazendo uma enquete: você sabia que eu te amo?

eu te amo, fofa.

eu te amo, eu te amo, eu te amo

até eu te amo

nem eu não te amo

como eu te amo?

Por que eu te amo?

Onde eu te amo?

Quando eu te amo?

meu te amo

nós te amamos

eu te amo deveras

eu te amo, deveria?

eu vos amo

eu entre amo

Don’t break my heart

E eu te amo

Hahahaha, eu te amo

Nããããão! Eu te amo!!!

Eita! Eu te amo

Quem diria que eu te amo

veu vte vamo

au tau aumau

por você eu uivo

pise em mim

eu te gosto

você me encanta

Nunca mais eu te amo, viu?

eu te amo, porra!

Case-se com meu amor!

eu te amo todos os dias

eu te amo e nem sabia...

Hey Duas

Hei, Du

Como é que vai?

Mando um beijo pelo oceano

Se lembre de realizar nossos planos

E os enganos que fiquem pra trás

Hei, So

Você, eu sei

Não dá chance para o mal tempo.

Agüento uma saudade bonita

Mas me acredita

Estás aqui dentro

E sempre que te faltar

Alguém por aí

Pensa que há de ir

Notícias boas

Aqui estamos tão bem,

Pensando em alguém

Que foi, mas já volta

Logo mais

La la la la la la la

Hei, Du

É tão normal

Dar risadas

Pensando em ti

Um dia vou lembrar de te pedir

Qual a receita para ser feliz

So, leve brilho e quando vir

Traga pra mim

Suas mãos que fazem tanta falta

E pense sempre além

Viva, meu bem

Com as asas da arte que você faz

La la la la la la la

Hei, Du

Como é que vai?

Mando um beijo e fique esperta

Quem sabe, numa noite bem deserta

Eu apareça para te encontrar

La... la la la la la la la la... la la la la la la... SO-FI-A!!! (3000x)

Todos os caminhos

Falam por aí que todos os caminhos levam a Roma. Embora existam algumas controvérsias fabulosas, como o caminho do Lobo Mau, e o de Joana Bezerra, por exemplo. E a literatura ainda nos deixa então várias possibilidades para mesmo nós, escolhermos o nosso certo e o nosso errado. Certo, certo mesmo, não sei bem qual é esse esquema. Tudo o que sei é que ambos os caminhos que tomei, me levaram a uma Roma que definitivamente não me foi tão agradável ou desejável assim.

A Vida, até agora, me pôs em muitas situações no mínimo capciosas. Para falar a verdade, as vezes nem são necessariamente situações de fato, mas pessoas que por si só acabam se tornando uma situação. Ou melhor, uma constante. Afinal, situações situam-se em pontos estratégicos do varal da nossa história, mas não se estendem por tanto tempo. E pelo que percebo, algumas pessoas teimam em não se fixar numa esquina de minha memória e desaparecer na curva, e simplesmente me seguem! Desde o meu pai até a minha atual Supervisora de Estágio, tenho convivido com verdadeiros mistérios da Fé, que somente acreditando no Pai, no Filho, no Espírito e no Cunhado Santo é que se pode ter paciência para tal. Mas o que anda inquietando a minha neurose ultimamente é justamente a postura que eu assumi diante dessas e de tantas outras divertidas travessuras a qual a Vida - essa brincalhona - me expôs.

Explico-me: para todo momento em que não nos saímos bem de alguma situação, durante algum tempo pensamos no que teríamos dito, ou no que não teríamos se por acaso nos excedemos nos comentários daquele fato. Bem, o importante é que esse momento de reflexão, esse entreato, é uma lacuna, um instante de ênfase no Eu subjugado pelo super-mega-ego dos outros. O que eu chamo cientificamente de “puta merda, por que eu (não) falei aquilo?”. Esse momento é importante para refletirmos sobre as conseqüências dos nossos atos. Afinal, se você tivesse falado aquela arguta frase que só veio à sua mente horas depois, toda a seqüência de eventos teria sido diferente, ora, pois. Tudo seria diferente. Quem sabe você não teria encontrado ali o amor da sua vida, ou talvez você estivesse morto, ou simplesmente encontraria estampado no rosto perplexo da outra pessoa a imagem que lhe remeteria a acertar no jogo do bicho no dia seguinte... Pois é... eis a (des)graça da relatividade: Nunca saberemos.

Elucubrações a parte, consegui lembrar um momento que vivi recentemente, que se encaixa nesse perfil de situação que mudou completamente por causa de uma resposta que eu dei. Aqui narro tentando ser o mais fidedigno possível na hora da transcrição, claro, estando a mercê de minha falha memória.

A Resposta que eu dei:

Após (mais) um assalto que sofri, para registrar no meu currículo, eu - que estava um pouco embriagado, às 22h30, muito longe de casa e acabara de perder um celular mais inteligente que a minha irmã - entrei no último ônibus da noite que viria em direção a minha distante aldeia. E nele dormi até o término de seu itinerário, um bairro vizinho ao meu, que é famoso por aparecer diariamente na coluna policial. Como um rapaz bem articulado e que sabe fazer uso de suas letras na hora de persuadir ou convencer alguém, dirigi-me ao motorista do ônibus e perguntei-lhe se faria algum mal eu não descer lá na última parada e seguir numa breve carona com o carro que inevitavelmente passaria em frente a minha rua. Ora vejam: 1) não havia mais ônibus que eu pudesse pegar; 2) todos os ladrões-pedágio já estavam a postos, esperando minha contribuição e 3) o caminho que aquele veículo infeliz tomaria era o mesmo que o meu! Era mais do que uma boa ação... era uma ótima ação!

Ah, mas nem tudo são flores nesta vida... Pareceu-lhe muito para aquele homem, fazer isto, então ele simplesmente olhou pelo retrovisor e disse secamente: “não”. Opa, obrigado... afinal, até aí, tudo bem. Ser assaltado e passar por isso... contabilizando ainda dá lucro. Mas ele não se conteve e depois que eu desci, vi que um pouco mais a frente, ele parou o carro e deu carona para mais de oito possíveis amigos dele.

Senhores, acabamos de passar a fronteira do inesperado... eu ali já achava que não tinha mais nada a perder e gritei a plenos pulmões: “Filho-da-Puta”...

“...fabuloso como o nosso corpo reage instintivamente a certos estímulos mesmo quando estamos cansados/ ressacando/ assaltados/ tudojunto...”

Simplesmente, quando meus pés viram que o ônibus parou e o motorista desceu e veio correndo na minha direção, ambos começaram a correr simultaneamente, quase combinado! Nessa demonstração olímpica de tiro ao alvo e maratona livre, eu corri durante mais de cinco minutos até enfim o motorista se cansar e voltar ao ônibus, me procurando ainda enquanto dirigia. Enquanto eu, já estava sábia-covardemente, escondido.

Bem, se tivesse ficado calado, não testaria a resistência dos meus pulmões, agilidade dos meus pés e histórico cardíaco da minha família e somente iria indignado para casa com aquele peso de quem poderia ter feito algo...

...Ora bolas, eu nem nunca quis ir a Roma, porque diabos me meteram no meio desse ditado infame?! Todos os caminhos deveriam dar na praia, na encruzilhada, em lugar nenhum... sei lá! O importante é que como já falei, os meus me levaram a uma Roma em chamas, que ao que tudo indica, são de fato uma purificação... pelo menos arde como Elixir Sanativo... e pelo sim, pelo não, estou aguardando... a ferida com certeza vai sarar, mas a cicatriz fica.

domingo, 15 de novembro de 2009

Drama não-familiar

Era uma vez uma caixa de bolinhas.

Todas ansiosas pela chegada do mágico

que iria escolher uma delas

para participar de seu espetáculo,

espalharam-se pela cômoda...

Mas o mágico nunca chegou...

(texto de Ana Cláudia Palhares Lima)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Perdas e Danos

Tornei-me menos amável
Foi o que me disseram.

Agora só uso óculos escuros
E nem dou tantos sorrisos.

Se não estiver a contento,
então consegui.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Manifesto Pessoal do Deserdo

Pai, quero que tu me deserde.
Guarda contigo tuas dívidas, defeitos e vícios.
Não admito carregar nem dar mais vida a atributos
desprezíveis.
Convoco todas as minhas entranhas, massas e líquidos.
Do fundo do meu corpo, abominemos essa continuidade.
Não podemos e não seremos parte dessa espiral.
Viva as linhas paralelas!

Pai, quero que tu me deserde.
Esqueça todos os dramas e solilóquios do almoço.
Você está sempre bêbado.
Pai, quero que rasgues a certidão de culpa por teres me posto no mundo.
A partir daqui, assumo eu.
Pai, quero que diante de todos: meus rins, minhas amigdalas, meus intestinos, quero que diante de todos você se ajoelhe e ateste a carta de insanidade que me habita.

Pai, eu não estou louco.
Pai, eu não estou puto.

Pai, quero não me lembrar das suas dívidas.
Quero não tê-las.
Afinal, meu nome ficou sujo foi com as tuas pegadas.
E ouso dizer, Pai, que após me libertar desse sinal na carne, eu revelarei na tua cara todas as verdades que tua mente mesquinha não aceita:
Eu uso brinco, pa-pai.
Meu cabelo é grande, pa-pai.
Eu faço arte, pa-pai.

EU DEI O MEU CU, pa-pai-zi-nho!

Agora, quero te dizer que me deserde.
Não faço questão de carregar comigo tua pele inchada,
tuas juntas fedidas, teus ossos podres.
Não faço questão. Pelo contrário.

Deserde-me pai.
Deserde-me.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

No escuro

Dentro de você brigam dois lobos ferozes. Um é bom o outro mau. Enquanto essa briga não acabar você será consumido pelas chamas que cada um expele aí dentro.

O espírito da Terra foi paciente até agora com você, mas a Mãe não tolera abusos. E você está começando a abusar...

Enquanto você me olha com esses olhos cinzentos, todos lá fora o estão aguardando. Não adianta culpar os fardos de dor que você quis carregar. Assim é a responsabilidade dos atos. Cada flor que você planta terá sua responsabilidade até que você dê a ela a sua devida liberdade.

Enquanto isso, os lobos brigam...

Da mesma cobra que lhe enxerta o veneno, você extrai o soro que lhe salvará.

Não durma sem antes ir lá fora dizer a cada um o que deve ser feito.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Como dois...

Tudo era perfeito entre eles. Ele tinha 16, ela um pouco menos. Estudavam juntos e eram vizinhos, mas ele não visitava a casa dela, porque ela não queria que os pais sequer desconfiassem. E ela não visitava a casa dele por vergonha mesmo. Tudo era perfeito entre eles...

Na escola, sentavam juntos. Na primeira fila, por causa dela, que queria estudar, ou no fundo, por causa dela, que queria namorar escondido. Para ele, onde estivessem valia. Afinal, na hora de namorar ele era todo hormônios e na hora de estudar, bem, aquilo era uma escola, oras. Na hora do intervalo ele costumava sair para jogar qualquer esporte na quadra ou conversar as besteiras mais gostosas do mundo com amigos, mas isso se foi. Agora ele ia para o fundo da sala comer salgadinhos com ela e conversar coisas que ele nem lembraria anos mais tarde...

Quando o intervalo acabasse, aí sim eles iriam ao banheiro ou beberiam água, para voltarem juntos, depois do primeiro a sair, esperar pelo segundo. Quando largavam, andavam até a praia. Era perto. E lá, ficavam até a tarde virar noite, descobrindo inocentemente a arte sublime que os corpos desenham nos lençóis de areia ou de mar, conforme a ousadia. Ela ainda relutava. Ele esperava. Orgulhava-se disso: ser compreensivo. Ele queria mesmo era arrancar aquelas roupas e passar a noite ali, descobrindo-a e metendo-se entre arbustos e pernas. Mas esperava pacientemente a vida inteira (?) se ela precisasse. Mas não, ela não precisava de tanto, precisava apenas se sentir segura com ele e depois disso precisava receber a permissão de um médico e depois disso precisava casar e depois disso precisava...

Já era hora de ir para casa, ela tinha que dar notícias, e ele iria encontrar os pratos do almoço esperando serem lavados além de uma mãe ameaçando-lhe de ter um enfarto do miocárdio e que isso não se repita, está me ouvindo? ...Não, ele não está lhe ouvindo, ele está pensando nela e ela está pensando nele, mas nem sequer pode telefoná-lo, ou toda sua vergonha seria exposta. Mas, tudo bem, ela o veria no outro dia bem cedo, antes da aula, ela também o convencera a chegar mais cedo assim, conversariam e se beijariam sem que todos estivessem por lá, sequer olhando.

Um dia ela ensinou um acalanto para ele. Outro dia ela teve sono e durante o intervalo dormiu no colo dele enquanto ele cantava aquele acalanto. Outra vez ele trouxe para lanchar, sem saber, um salgadinho que ela adorava. E um dia ele teve frio e fome, mas preferiu cantar acalanto enquanto ela dormia...

Um ano depois, quando brigavam, ela o chamou de egoísta.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

só um só

Ontem a noite meu celular foi jogado em pleno rio Capibaribe!

- Quem dera... quem dera - disse o celular com um triste olhar perdido no horizonte.

quinta-feira, 26 de março de 2009

(Exercício Dramatúrgico I) "Pelo Amor de Deus"

Ela - Eu não posso fazer o que você me pede...

Bode - Você se nega?

Ela - Apenas não posso.

(Som de sino agudo. Pouca Luz.)

Bode - Sabe mesmo o que posso fazer com seu amante por conta disso, não sabe?

Ela - Imagino. Mas inevitavelmente corro o risco. Ordens são ordens.

(Pássaros voando. Som de corenteza. Barulho de vento nas árvores.)

Bode - Dama, toda a humanidade será castigada, você não vê?!

Ela - Mas assim me foi dada A Palavra, meu senhor. Não sou digna de fazer o que me foi proibido por Ele.

Bode - Pois então veja o futuro opaco do teu companheiro...

(sons da natureza superpostos de forma caótica. Luz intensa em todas as direções. ...Passagem de tempo.)

Ela [entre lágrimas] - Adão, come.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Por traz da cabeça do Criador Ou A invenção dos Sinais

Existe uma lei universal que diz que: "Atrás de um CDU/Várzea lotado, virá um CDU/Várzea vazio". Pronto. Só isso. Não há mais complementos. É uma sentença simples e eficaz. Criada por Deus, no auge de sua sapiência e estresse pós-traumático, com a invenção da 'portabilidade', O Criador subiu a encosta mais íngreme do mundo, o Morro da Conceição, e decidiu elaborar essa lei, imutável. O motivo pelo qual Ele decidiu assim fazê-lo permanece obscuro. O que importa é justamente o fato de, por ser uma lei divina, os homens não conseguirem entenderem-na facilmente. E olha que nem é preciso se doutrinar num mosteiro no sul do Tibet para entender isso (até porque os sul-tibetanos não se preocupam tanto com a contingência dos ônibus da 'CRT'), o que é preciso é ter paciência para, numa tarde ensolarada, perceber os sinais.
Rua Benfica, 14h30min. Sentido subúrbio. Todos os raios solares existentes confluíam para aquela parada de ônibus. Todos. Há relatos de frio congelante em outros pontos do hemisfério sul nesse mesmo horário. Há exatos 32min não passava nenhum 'CDU/Várzea' por ali. Outros ônibus? Sim, passavam aos montes, em fila, praticamente. Mas o CDU/Várzea, jamais. Chegou a passar por engano um ônibus da linha 'João Pessoa/Natal'. Duas vezes. O calor era tamanho, que a gota de suor entrava no ponto de ebulição e se esvaia ainda na saída dos poros. Foi quando Deus, em sua infinita arrogância, mandou o primeiro sinal, tão metaforicamente implícito, que nem Drummond entenderia:
Vindas do céu caíram repentinamente duas gotas de água seguidas por uma pomba já morta. Aquilo certamente significaria algo, mas astróloga ou vidente no mundo seria capaz de decifrar. Então Jeová - para brincar com a Sua quantidade de pseudônimos, esse inseguro -, que perdera também a paciência ao terminar a última praia de Maria Farinha, mandou um sinal mais intenso: uma nota de dois reais no chão, à sombra do poste.

(Intermission)
"Ó, irmãos, demos glórias aos céus! Glóória! Porque Aquele que nos olha do alto da mais alta nuvem, é capaz de perceber o seu verdadeiro filho, quando lhe caem as forças. E mandará os anjos segurarem-no, e mandará o vento carregá-lo, ó irmãos... E foi Este Senhor - glória a Deus - que mandou-me naquele momento de flagelo, um sinal santo... Jó sofreu todos os flagelos, e na última hora, mandou-lhe O Senhor tudo o que ele precisava. Jó padeceu perante as más influências daquele que anda com rabo envergado no oco do galho seco. Mas Deus é mais forte, ó irmãos, e salvou Jó de todo mal, amém. E da mesma forma fez Deus, irmãos, naquela tarde onde o inimigo de olhos amarelos e pés tortos elevou sua morada e trouxe o calor dos fundos do submundo, irmãos. Mas Deus disse: 'Filho, não temas. Eu não te abandonarei'. E foi naquele momento irmãos, que eu entendi o sentido da vida! ...Eu aceitei o que era de César?! Nãão! Ali, estava estampada a face do Senhor. A face do Senhor que só eu(!) podia ver... E foi assim, irmãos, que eu sobrevivi!"

E foi a partir de uma saída estratégica para comprar uma lata de coca-cola que tudo aconteceu: passou um 'CDU/Várzea' como tanto era esperado. O ônibus mais desejado do Cais de Santa Rita à Boca do Mathias (UR-7) passava ali, naquele momento. Tão desejado (e único) que era, que levava o suficiente para povoar a Groenlândia inteira. Facilmente calculável, quem olhasse perceberia que havia pelo menos duas pessoas por assento, fora os colos dos amigos e desconhecidos. E, se brincar, até o cobrador estava dividindo lugar com mais pessoas. Era sem dúvida um convite a não-entrada. Mas pra quem está esperando a tanto tempo, até o teto do ônibus era cogitável. Contudo 'quem está longe do ponto não pega o ônibus' - e essa não é uma lei de Deus -, e como este passou, continuou e para trás deixou ali, pequenino e indefeso um remorso num coração. Por causa de uma coca-cola? e ainda por cima: 32 minutos de espera e o ônibus passar naquele instante? Era demais! Mas o que fazer além de resignar-se? Afinal, a coca já estava comprada, o ônibus perdido... agora é esperar...
Mas eis que surge, serelepe e faceiro OUTRO 'CDU/Várzea'! Incrivelmente vazio! Ansioso por coletar passageiros! Foi naquele momento que tudo ficou claro. A origem do Universo, a existência da incompetência... tudo, tudo era luz. E a luz dizia: 'Basta apenas esperar'. Quando a Lei Universal afirmava: "Atrás de um CDU/Várzea lotado virá um CDU/Várzea vazio", ela continha implicitamente um "...espere" logo no final. Talvez tivesse até um palavrão depois desse "espere" ...somente para dar mais contundência à solicitação...

Moral da historieta:
Assim são os homens, por quererem sempre chegar logo, tomam o primeiro caminho que lhes aparece. Mas se eles parassem para tomar apenas uma coca-cola, teriam tempo para perceberem a vinda de outros caminhos. Na maioria das vezes, mais confortáveis.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Fevereiro, me perdoe... estive ausente... =/

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Declarações tão íntimas quanto exógenas Ou Para você, eu te amo Ou Poema que quase aconteceu mesmo sem sê-lo Ou Expresso do Aguadeiro

A ilha era cercada por forças invisíveis. Ninguém que entrasse ficava vivo... Tudo era agonia e desespero. O sol nasceu e se pôs e nasceu e não se pôs e não nasceu e se pôs. Quanto tempo? não se sabe... A ilha apenas estava ali.
E, para parecer belo, choveu numa noite. E do céu caíram corações pulsantes e melodramáticos em meio aquele sangue peneirado pelos tarôs do céu. Sem precedentes, como se tivessem esfaqueado nuvens sem fim. Nunca houve nada parecido...
Amanheceu sem chuva, sem sangue, sem corações pulsantes. Distante da realidade e dentro da ilha amanheceu uma mulher. Como era linda... e estava viva!
E ela cuidou das plantas, cuidou da terra. Criou estrelas, Desenhou um sorriso no chão. Enfeitou de coroas aquele novo e desconhecido lugar.
Mas como veio a chuva, veio também o vento seco. Que varreu as coroas as plantas e tudo. Morta, a mulher não ouviu um grito de dor que subiu do fundo do mar. E ainda morta, também não sentiu as ondas vindas do fundo fazerem tudo, estrelas, mulher e mar voltarem ao que eram: nada.
... e a cabeça levantou-se e começou a andar em círculos infinitos, um movimento de rotação poético e funesto do mais lento ao mais rápido, e fez além de si um cenário rodamoinhense tão perfeitamente rodável, que crescia e crescia, até fazer um redemoinho tão forte que puxou-a de volta para baixo, deixando apenas a sua moleira descoberta ao sol, novamente em formato de ilha...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Rito de passagem ou Quando um homem vira um Homem

O verdadeiro momento em que um homem pode se dizer: "sou Homem.", não é após a sua primeira noite de sexo, afinal conheço muitos meninos que nem bem são adolescentes e já são mais homens que eu neste sentido. E diga-se de passagem, conheço homens que por mais que já tenham bastante idade e vida sexual ativa, são ainda mais infantis do que o primeiro exemplo. Mas deixando as paralelizações um pouco, o verdadeiro momento em que um homem se torna Homem é quando ele compra um kit Mach 3 turbo, da Gillete e faz a sua própria barba. Cara, esse momento é fascinante! Dizem até que na China Antiga já existiam Mach 3 turbo, mas era sob outro nome, um pouco menos comercial. Olha, eu não tô brincando (nem recebendo dinheiro por fazer comercial!), mas esse é de fato um rito de passagem extremamente importante, e nem tão valorizado!
Começa assim: Ir ao Supermercado comprá-lo. Você não foi e... "opa! um barbeador, vou comprar...", você saiu de casa PARA isso. E olha que nem é tão barato, posso até dizer que tudo começa mesmo quando você toma a decisão de gastar dinheiro com isso, aí sim você começou a se tornar Homem... mas, voltando... Você pára em frente a seção de barbeadores e as marcas concorrentes perdem o brilho, se escondem, sabem que não vão chamar sua atenção, na verdade nem existem mais outras marcas, naquela hora é somente você e ele. Pegar o kit, colocá-lo no carrinho e dirigir-se ao caixa são ações que você nem percebe, há ali um momento de transição fundamental, você nem pisa no chão, o mundo te sente diferente. Até a mocinha do caixa te olha diferente. "Nossa, ele é um Homem!", ela pensa.
Mais tarde, o momento sublime e único: a Grande primeira vez. Você pode até já ter se barbeado antes, mas nada vai ser como aquilo. A outras vezes foram ilusão, treino, erro. Molhar o rosto suavemente, se olhar no espelho, botar o gel para barbear na mão, se olhar no espelho, espalhar o gel no rosto, se olhar no espelho!, molhar a lâmina de barbear, se olhar no espelhooo!!!, e iniciar o barbear perfeito, a espuma sendo cortada e deixando a mostra a nova pele nascendo depois da passagem daquelas três suaves lâminas, olhar-se nesse meio tempo e pensar: "você venceu, você é o melhor!" E após lavar o rosto, uma gota de gel pós-barba e espalhar naquela face linda e reluzente, cheirosa... divina!
"...ui..."
Se assustar um pouco é normal, nem você sabia que era tão bonito, que conseguiria tanto.
Ops, um pontinho de sangue... tudo bem, acontece. Na segunda vez será perfeito! Nada de sangue, nada de chão todo molhado, nada de tabaquice ou brincadeiras com a espuma de barbear, será perfeito. O importante agora á sair para sua nova vida, antes era chato, sem graça. Agora não, agora todos percebem que você está diferente, as pessoas mais ousadas chegam a passar a mão no seu rosto, talvez inconscientemente atraídas por ele: "nossa, o que é que você fez? você está tão... tão... diferente!". A partir daí é só ir ao encontro do mundo lá fora, que está a sua espera, pelo menos é isso que diz na embalagem...

Ps: Não ter barba não significa nada. O importante é o ato de barbear-se, ok? Eu tenho esperança de que a minha tornar-se-á mais significativa com o passar do kit... saco...